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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

TRABALHAR EM PORTUGAL NÃO É PARA VELHOS!!!

A Europa é a região mais envelhecida do mundo e Portugal um dos países mais envelhecidos da Europa. Segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística, daqui a 25 anos o número de idosos com mais de 65 anos deverá ser duplo do número de jovens até aos 14 anos. Esta realidade coloca desafios ao mercado de trabalho, à economia e à produtividade, mas também à proteção social e finanças públicas. Os mais velhos são vítimas do fenómeno de idadismo, ou seja, de discriminação em função da idade, pois os mais velhos no nosso país, são vistos como um “fardo”, “inúteis” e “caros”. E, muitas vezes chegam mesmo a serem tratados com desprezo.
  
As pessoas mais velhas são discriminadas nas ações de formação, assim como, no tipo de funções que lhes são distribuídas nas empresas e, portanto, temos que começar a estar mais atentos a esta questão no mundo do trabalho, mas também no contexto da saúde, das acessibilidades, até nos meios de comunicação social.
  
O idadismo tem que começar a ser combatido logo quando se inicia a escola, ensinando às nossas crianças que os mais velhos são pessoas com imensa experiência e sabedoria e é com eles que podemos aprender tudo, pois julgo que o idadismo está a tornar-se uma forma de racismo, visto o grau de discriminação existente.

O que se verifica é que essa discriminação começa pelos governantes do nosso país, pois exigem que eles trabalhem mais anos e não existe lugar para eles, e quando existe, estes são colocados em trabalhos que não são os deles ou põem-os a fazer outra coisa que não a deles.
 Os idosos antes de envelhecerem também já foram jovens, sendo da obrigação do governo e das próprias empresas acompanharem-los e dar-lhes a formação necessária para eles poderem acompanhar o ritmos e estarem dentro da evolução e não arruma-los para um canto como estes fossem uns inúteis, porque são pessoas que merecem todo o mérito e essencialmente respeito.

A União Europeia tem uma diretiva que proíbe a discriminação em função da idade, mas na prática as sucessivas adendas têm criado exceções ao ponto de a própria diretiva já ser vista como discriminatória e carente de ajustamentos. Eventualmente, uma medida para adotar em 2012 no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo, era a flexibilização da reforma, ou seja, não haver idade obrigatória de reforma; outra medida deveria ser que as idades de reforma fossem adequadas à saúde das pessoas, ao desejo das pessoas, à liberdade de escolha, do empregador e das empresas.
 

Portugal tem de encontrar soluções flexíveis e não discriminatórias para a terceira idade, até porque é o pais que tem o maior risco de envelhecimento da UE e de pobreza dos seus pensionistas até 2060, uma das soluções seria liberalizar a idade de reforma, para que quem tenha condições para trabalhar após os 65 anos o possa continuar a fazer, em acordo com as empresas, pois a reforma não deveria ser compulsiva, até porque em cerca de 3 milhões de pensionistas se 20% ainda estivessem a trabalhar, por sua vontade, seriam mais 600 mil pessoas a contribuir para a economia nosso país, é de salientar que consequentemente daí deixam de existir metade das doenças associadas á solidão, á tristeza e á discriminação, pois está provado que as pessoas que se sentem ativas possuem menos problemas de saúde.  É incompatível para uma sociedade como a nossa, haver discriminação dos mais velhos, nomeadamente no mercado de trabalho, uma vez que a nossa população cada vez está mais envelhecida, pois o nosso Estado social deve estar em constante evolução e adaptação, mas infelizmente não é o que acontece.

Existe de facto uma diretiva europeia que proíbe a discriminação com base na idade, apesar de já ter sido adotada, "não está a ter efeitos práticos", uma vez que o nosso país continua agir como se ela não existisse. 

Porque na verdade a discriminação no mercado de trabalho e a reforma antecipada não tem apenas custos pessoais e sociais, mas também económicos, porque se de facto a pessoa abandonar precocemente o trabalho, sobretudo se não for desejado, essa é uma das principais razões para acelerar o envelhecimento e poder favorecer o aparecimento de doenças, o que na realidade se vai traduzir em custos para o país, assim como baixa de mão-de-obra ativa.

Decididamente trabalhar em Portugal não é para velhos! Pois são velhos demais para estagiar, velhos demais para trabalhar e novos demais para ir para a reforma! A questão é, onde se colocam a maior parte das pessoas que vivem no nosso país?


...um fenómeno que precisa de ser tratado!!!

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