Atualmente,
agricultura é o emprego mais frequente mundialmente, apesar de ser uma das
atividades profissionais mais perigosas (mais acidentes de trabalho e mais
doenças profissionais).
Cada vez
existe maior competição internacional na produção agrícola (principalmente de
trigo e arroz) não investindo assim na Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
(SHST), nem dando valor a esta área importante. A legislação não considera a
profissão de agricultor de elevado risco e maioritariamente a empresa não
possui mais de dez trabalhadores, não estando assim obrigada a adotar estes
serviços nem Medicina no Trabalho.
Para o aumento da produtividade,
cada vez alargam o uso de pesticidas, o que origina uma grande quantidade de
intoxicações. O contacto humano com os pesticidas pode ocorrer por via cutânea,
respiratório ou oral (através dos alimentos, por exemplo).
São muitos os acidentes de
trabalho existentes na agricultura. Várias são as razões: mais horas de
trabalho (maior fadiga e stress), desrespeitam a legislação e permitem o
trabalho a menores e não cumprem com a idade de aposentação (sendo os idosos
mais suscetíveis de doenças fatais, ficando depois a realizar tarefas os
empregados que são menos experientes). Os acidentes de exploração agrícola
estão relacionados com os tratores (capotamento, atropelamento e colisões) e
outras máquinas agrícolas e situações relacionadas com os animais e quedas.
São vários os problemas/riscos associados à profissão
mencionada:
- · Lesões músculo-esqueléticas devido ao manuseamento de cargas, quedas, entre outras;
- · Risco de Incêndio devido aos vários equipamentos elétricos utilizados, combustíveis acumulados e produtos químicos inflamáveis;
- · Exposição a radiações Ultravioleta, Visível e Infravermelhos;
- · Exposição a temperaturas extremas (principalmente no Verão em dias de muito calor);
- · Doenças respiratórias e imunoalérgicas devido à exposição a poeiras orgânicas e inorgânicas. Os principais agressores respiratórios são os bioaerossóis;
- · Doença oncológica devido à exposição a organofosforados, fertilizados, solventes, combustíveis, poeiras e radiações.
Em geral os riscos ocupacionais que mais sobressaem são os acidentes, o
calor e os pesticidas. Os acidentes estão relacionados com a imaturidade
emocional, agressividade e impulsividade. Nota-se que geralmente no sexo
feminino existe menos capacidade de decisão laboral apesar de terem
escolaridade mais elevada.
Em muitos países, os
agricultores não têm acesso a cuidados de saúde. Por isso há uma grande
necessidade de adotar práticas de educação e promoção para a saúde. Para o
desenvolvimento destas práticas um enfermeiro do trabalho é essencial, apesar
da sua formação ainda não ser frequente e não ser direcionada para saúde
ocupacional.
Em jeito de conclusão, é
essencial os agricultores terem acesso aos serviços de SHST para diminuir os
acidentes de trabalho e doenças profissionais, contribuindo assim para estudos
desta atividade futuros.
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